terça-feira, 10 de setembro de 2013

Consumo de Carne Ovina.

Os ovinos foram domesticados pelo homem a muito tempo temos informação desde os tempos bíblicos. Eles tem fornecido ao homem, carne, leite, lã e pele. São animais de grande adaptação aos diferentes climas e relevos.

Países como Austrália, e Nova Zelândia são a vanguarda na produção ovina como um todo. 

A fibra de lã se viu afetada pelo seu maior concorrente a fibra sintética, o que motivou a queda nos preços internacionais da lã na década dos 90. Isto provocou mudanças profundas no mercado de lãs. Muitos produtores trocaram seu rebanho produtores de lã , anos de trabalho,  seleção, e sacrifício pela produção de ovinos produtores de carne. Gostando ou não isto foi uma realidade, que aconteceu em Uruguai, Rio Grande do Sul fundamentalmente.

Se fala que o consumo de carne ovina deve ser incrementado, mudança de hábito, que o consumo per capita é baixo, onde outros países chegam a ter 20 kg per capita ano, e mais baixo ainda se o comparamos com o que normalmente estamos habituados a comer, carne bovina, suína, frango e peixe, não da para comparar.
   
Mas mudar o hábito, seria bom si tivéssemos maior oferta de cordeiros para consumo da população, maior número de cordeiros, para maior número de frigoríficos, é um problema muito sério, onde muitos produtores se vem desestimulados diretamente porque não sabem onde vender seu produto.

Na minha região de Avaré  (300 Km de São Paulo capital) chegam os kits de cordeiro produzido no Uruguai. 
Temos muito por fazer.


A ovinocultura é um grande negocio.

Brasil possui território, clima, mão de obra, baixo consumo interno de carne ovina,  possibilidades de até exportar, com isto quero dizer o grande potencial de Brasil e o trabalho que tem pela frente. Não somente carne, como mencionei em artículos anteriores, são animais que oferecem carne, lã, leite, pele. 

E não é nenhum absurdo pensar que podemos, sim, concorrer com países como Argentina, Austrália, Uruguai e tantos outros.   

Temos um produto, (cordeiro) que tem que ser melhorado no campo, alimentação, sanidade, manejo, a própria escolha da raça para a região em que se encontra o produtor, de conformidade com o tipo de solo de sua fazenda.

Aplicando sistemas de produção adequados, visando sempre os custos.

 Carcaça.

As carcaças podem representar entre um 40 a 50 % do peso vivo. 
Sabemos que o peso vivo é totalmente dependente da idade do animal, velocidade de crescimento ou taxa de crescimento, do sexo, do peso ao nascimento, todos fatores de origem genético e sim também pela alimentação, manejo e seleção, saúde, fatores externos. Em consequência, teremos um peso vivo de venda e um peso de carcaça e seu consequente valor final.  

Resulta claro, que a carcaça é o fator determinante na comercialização de cordeiros.

As carcaças podem ser comercializadas, tanto inteiras como fracionadas, ou seja em cortes menores, como faz Uruguai e tantos outros países. Eles produzem um cordeiro que definem como cordeiro tipo SUL (Secretariado Uruguayo de la Lana) processam as carnes, cortes industriais, agregam valor, e exportam. Acredito que já tenham visto os kits em supermercados de São Paulo capital.
Na minha cidade de Avaré/São Paulo, de tempos em tempos aparecem os kits de cortes uruguaios no supermercado.

Em toda carcaça temos 3 elementos que devem ser levados em consideração, a carne (músculo), osso e gordura. E como mencionei anteriormente, estes são influenciados entre outros pela raça, sexo, estado sanitário, nutrição, idade, só por mencionar alguns. Estão influenciando ao animal como um todo, portanto o peso vivo de abate. Estes tecidos, se desenvolvem  como ondas de crescimento durante a vida do animal, os ossos são os primeiros em aparecer seguido pelos músculos e finalmente a gordura. Digamos desta forma é um ordem entre crescimento e desenvolvimento, conforme o peso e a idade do animal.

Sempre vá existir gordura, mesmo ao nascimento, a gordura é uma fonte natural de energia no animal. Com o aumento da idade, os ossos chegam a um ponto máximo em que não haverá mais crescimento, isto está determinado pela raça, tampouco aumentará sua musculatura, mas sim suas quantidades de gordura, começara a acumular gordura.

Em outras palavras, uma boa carcaça deve presentar músculo (carne) fundamentalmente, é o que o consumidor paga, pouco osso, e sim uma certa proporção de gordura, e é a que confere certo gostinho a carne que todos apreciamos.

E como chegamos a essa proporção, aí está o problema, não existem receitas, existem situações, caso a caso conforme o sistema de produção.
Depende de muitos fatores, tipo de raça, com lã ou sem, raça pura ou animais cruza,  cordeiros inteiros ou castrados, confinados ou não, tipo de alimento, aveia, milho, silagem, suplementos, alfafa, e assim por diante.

Uma coisa é clara, em animais de corte como o Santa Inês interessa o músculo.

Até a puberdade maior é a deposição muscular, de aí em diante começa a haver deposição de gordura, então, qual seria o  peso de abate, 25 kg. +/- 10, 00 Kg., ou seja abate de cordeiros jovens com 5 meses de idade e peso vivo de 30 kg.

Permitir pesos maiores seria até um desperdício nutricional, já que os animais depositariam mais  gordura que músculo, coisa que o consumidor não quer, quando podemos destinar esse alimento para outras categorias, ou seja seria irracional produzir gordura. 

Os cortes comerciais de maior procura são, perna, paleta (melhor relação músculo/osso) seguidos pelo lombo, costilhar e pescoço.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário